sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Um caso por esclarecer

Euros a voar? SUSPEITAS DE FRAUDE NA UNI

Por Madalena Branco, Raquel Santos e Sílvia Alexandre

Um mistério paira sobre a UnI desde Novembro passado, quando Frederico Arouca, membro da Direcção da SIDES, SA (entidade instituidora da universidade) anunciou a todos os docentes por e-mail o afastamento do cargo que ocupava, após, segundo explicou, a sua assinatura ter sido utilizada para desvios de dinheiro da universidade.

Numa carta intitulada «Deixei de acreditar...», Arouca, que é professor da cadeira de Introdução ao Marketing, revela: «Infelizmente, a minha assinatura foi fotocopiada e aplicada em ordens de transferência bancária e um volume significativo de capital saiu da Universidade sem o meu conhecimento e qualquer justificação.» E a seguir sugere que o assunto está entregue às autoridades judiciais: «Tomei as medidas para impedir a continuação desta situação, mas todos vós conhecem a celeridade do nosso Ministério Publico.»
Contactado por nós no sentido de esclarecer as suas palavras, o professor, que é filho do reitor, Luís Arouca (circunstância que aliás menciona na carta), não quis prestar declarações sobre o assunto, alegando: «Um blogue não é o meio mais apropriado para se expor a situação, correndo o risco de se denegrir a imagem da universidade.»
Em substituição de Arouca, foi eleita pelos conselheiros (Miguel Verde, Joaquim Mota Veiga e Marcelino Matos) Conceição Cardoso, que, segundo o vice-reitor, Rui Verde, em carta dirigida por e-mail ao corpo docente poucas horas depois da do professor demissionário «é um magnífico quadro que dará continuidade ao trabalho que estamos a desenvolver».
Na mesma mensagem, em resposta às declarações de Arouca, Verde garantia que «não há qualquer razão para alarmes» e que a UnI atravessa uma fase favorável, tendo aumentado o número de alunos e de receitas. O vice-reitor não adiantou nesse e-mail qualquer esclarecimento quanto às questões levantadas por Arouca, dizendo apenas que «serão averiguadas e discutidas nos locais próprios». Mas, contactado mais tarde por nós, revelou que no momento em que enviou o e-mail ocorria uma «forte discordância» entre ele e «os accionistas Aroucas», existindo uma troca de acusações que acredita «que será resolvida pelas instâncias próprias». Verde garante ainda que «o impacto [do e-mail de Arouca] foi nulo, tanto para professores como para alunos, e não irá prejudicar o evoluir favorável da universidade.» Adianta que considera «esta situação praticamente ultrapassada».
Já no anterior ano lectivo, segundo a TSF noticiou na altura, a universidade sofreu uma situação semelhante, quando o membro da Direcção Amadeu Lima de Carvalho acusou o reitor de «fraude e desvios de dinheiro». Na mesma ocasião, Luís Arouca limitou-se a afirmar à estação de rádio estar de «consciência tranquila» e que esses «assuntos se resolvem nas instâncias próprias». [Ler entrevista de Luís Arouca neste blogue]

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